O novo clipe de Alexandre Pires, Kong, está gerando polêmica. O cantos foi acusado pelo crime de racismo junto a Procuradoria Geral da República em Uberlândia, Minas Gerais. O ouvidor nacional da igualdade racial, Carlos Alberto da Silva Junior, fez a denúncia alegando se tratar de crime de racismo por ter negros vestidos de gorilas, colocando os negros “numa condição inferior por não se desenvolver a ponto de torna-se humano”. O clipe mostra gorilas invadindo uma festa na piscina cheia de mulheres de biquines, e estas, juntos ao cantor Alexandre, o jogador Neymar e o Mc Catra, cantam e dança a música, cujo o refrão cita: “E é no pelo do macaco que o bicho vai pegar”. Outra acusação que cantor está sofrendo é de sexismo, por demonstrar em seu clipe, mulheres de biquines, tratando-as mulheres como símbolo sexual. As perguntas que se seguem, são: Onde está o conteúdo racista nesses clipe? Em homens negros se vestindo de gorilas, sabendo-se que Kong é o nome da música? No refrão que diz: "É no pelo do macaco que o bicho vai pegar", ainda que Kong seja um gorila? As mulheres estão sendo tratadas como símbolos sexuais por estarem de biquines, mesmo o clipe se tratando numa festa a beira da piscina? Será que se esse mesmo clipe foi realizado por um cantor branco, vestido de gorila, sendo todos os participantes brancos, não teria sofrido essa mesma denúncia? Porque o cantor Alexandre Pires já gravou inúmeros clipes onde aparecem mulheres de biquines, ou em situações de conotação sensuais, sendo estas, todas brancas e nem por isso fora taxado de racista. Será que não se poderá mais usar a palavra “macaco” em músicas para não ser associado aos negros?
Bem, tantas indagações me faz pensar: será que não estão sendo vistos unicórnios voando por aí, sendo que temos tantas outras coisas importantes para pensarmos e dialogarmos? Porque até onde se conhece, as músicas em geral, tem seu fundo sensual, e a mulher sempre é o alvo da conquista. Se isso for levado em consideração, muitos cantores e compositores deverão ser denunciados, por preconceito de toda e qualquer natureza. O que dizer dos pagodes baianos, funks cariocas e sambas paulistas? Será que não é a velha o ressurreição da censura? Devemos ter cuidado em não nos prendermos em discursos febris, perdendo o foco, que é aplicar a Lei em que de fato comete o crime de preconceito racial, porque a Lei está aí para ser aplicada e punir, de fato, os agressores racistas, e não a todo aquele que ousar usar as palavras preto, negro, ou nego, e assim, nos sentirmos ofendidos com algo que não foi intencionado a nos atingir.